Coisas que ela dizia
<> sexta-feira, 28 de março de 2014 // 12:01
A menina disse um dia, que era boa em dar títulos. Pensava por demais, floreava por demais, tinha idéias por demais e nunca parava de pensar. Mas aí o problema aparecia: na hora de escrever seus devaneios, ela pensava ainda mais. E mais. E mais. E mais... acabava sempre por se distanciar daquilo que iria falar de início. Por isso, era boa em dar títulos. Um breve, nem sempre tão claro e bonito, mas um título. 'Ah! Mas por que um título?' Vejamos bem, meu caro, um título traduzia tudo aquilo que ela pensava! Era a solução que a pequena achava. Um título não mede parágrafos, portanto, não mediria seus pensamentos e nem mesmo contaria linhas. Útil. Um título não condensava uma só opinião e um título ainda não lhe restringiria as idéias. Muito mais útil. Um simples e breve título, era o que bastava para ela. Uma pauta, assunto, tema ou um comentário poderiam aparecer aqui ou ali, talvez. Mas esses não a impediriam de nada, nem mesmo virava regra. Por isso repito: para a garota, só um título bastava.
[Arte e texto por Mari Danielski]
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